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O Curador e O Segurança

O Centro Cultural Coreano no Brasil pela visão de seus dois funcionários mais antigos

Jack

Dia 31 de outubro é comemorado o 61 anos de relações diplomáticas entre Brasil e Coreia do Sul. Depois da abertura de uma embaixada no Rio de Janeiro um grupo de 109 pioneiros saiu de Busan em dezembro de 1962 e aportou em Santos em fevereiro de 1963, era o começo da maior colônia de coreanos na América Latina e terceira maior fora Ásia. Dentre os mais de 50 mil coreanos que vivem em São Paulo está In Sung Park que ao chegar com 15 anos ganhou um novo nome dos seus amigos: Jack.

O Coreano que virou Brasileiro

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Jack Park

Jack Park trabalha como curador e coordenador de projetos no CCCB desde 2014. 

Créditos: Raquel Paiva

Créditos: Raquel Paiva

Jack Park faz parte da geração apelidada na comunidade de “1.5”, sul coreanos que vieram cedo para o Brasil e agora estão na faixa dos 30 anos. Depois de formar em Desenho Industrial (atual curso de Design) na Universidade Presbiteriana Mackenzie em 2014, ele se candidatou para uma vaga no recém fundado Centro Cultural Coreano no Brasil (CCCB). Ele se interessou pelos projetos culturais e exposições e trabalha coordenando projetos na área desde então.


Cada funcionário é responsável por um projeto, exposições, mostra de cinema e eventos abertos ao público, o espaço também oferece diversos cursos gratuitos: idioma coreano, dança, culinária típica e taekwondo, além de workshops temporários de cerâmica artesanato, samulnori (instrumentos musicais) e K-pop (canto e coreografia com profissionais da área) e também seminários sobre temas variados ligados a cultura coreana. Jack geralmente faz a curadoria de exposições e eventos.

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O Centro Cultural Coreano no Brasil ocupa dois andares de um prédio na Avenida Paulista. As instalações contam com 1000 metros quadrados que incluem: salas de exposição; três salas de aula; cozinha; auditório com palco para apresentações e shows; telões para mostras de cinema; biblioteca com acervo de consulta local e locação; quiosque digitais de acesso a conteúdo como Webtoon (HQ digital popularizada na Coreia do Sul), turismo e Hallyu (cultura coreana pop de exportação); equipamento de realidade virtual (VR) para turismo digital; salas de reunião.

Para participar das programações fechadas, se inscrever nas aulas e ter acesso ao aluguel na biblioteca, basta fazer uma carteirinha. 

-para carteirinha: Levar um documento de identidade original com foto, comprovante de residência original, duas fotos 3X4, e o valor de R$25,00 para taxa de inscrição. Para mais informações acesso o site.

Quadro no CCCB com as letras do Hangul (alfabeto coreano)

Créditos: Raquel Paiva

A profissão que Jack escolheu é incomum em seu meio. “A Galera que tem um ‘dom artístico’ tem que ir para um lado prático, não escolhiam fazer artes plásticas, iam mais para a moda”, explica. A justificativa é moda ser um curso mais ligado a indústria têxtil, dominada por imigrantes coreanos no Bom Retiro e Brás, bairros de São Paulo que são polos desse mercado. De acordo com a Câmara dos Dirigentes Lojistas, 80% das 2.500 empresas do Bom Retiro são de coreanos, dessas, 65% são confecções. Mesmo com a retração desse mercado, causada por mudanças no mercado de importação, cada vez mais adultos da segunda geração (filhos de coreanos) e da “geração 1.5”, assumem as confecções herdadas dos pais e as transformam em uma marca para que se adaptam. Por isso o curso de moda é o mais comum para os ascendentes com uma veia artística.

 

Para ele o motivo desse padrão é o contexto no qual a primeira geração se estabeleceu. “Por o pessoal ter ralado muito pra se adaptar e viver aqui, não tinha tanto luxo de aproveitar cultura e apreciar arte, não criou um costume”, conta Jack. O Brasil foi o primeiro país escolhido pelo governo sul coreano para emigração de caráter oficial. Na década de 60 a Coreia do Sul era um dos países mais pobres do mundo, o intuito para o primeiro grupo de imigrantes, de 92 civis e 11 ex-militares, era trabalhar como agricultores na zona rural, mas migraram para zonas urbanas por não se adaptarem ao trabalho, já que tinham alto nível de instrução. Para se estabelecer na cidade trabalhavam muito e gastar tempo com cultura era um luxo. Como a imigração rural não deu certo, o governo brasileiro proibiu a entrada de coreanos a partir de 1968, mas o trabalho duro da primeira geração foi tão bem sucedido que sustentou economicamente a entrada de novos imigrantes, por vias ilegais, até o governo não ter opção a não ser emitir vistos. 

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Bonecos com roupas tradicionais no CCCB

Créditos: Raquel Paiva

Créditos: Associação dos Coreanos do Brasil/ Acervo

Imigrantes sul coreanos trabalhando na zona rural em 1963

Mesmo que alguns pais e avós da primeira geração tenham mantido hábitos tradicionais, como tocar instrumentos, usar a língua coreana e comemorar feriados típicos, a importância de preservar essa cultura não foi passada aos mais novos. Jack explica porque isso aconteceu: “a segunda geração perdeu o contato com o lado da cultura coreana tradicional, muitas vezes por falta de comunicação entre as gerações, por diferenças culturais”. Outro problema é a identificação étnica. "O pessoal que nasceu aqui, mesmo tendo raízes coreanas, se declaram brasileiros, porém para os brasileiros eles são coreanos, são estrangeiros. Existe esse choque cultural”, conta Jack.

 

Mas o sucesso do Hallyu, onda cultural coreana, mudou a percepção da geração de Jack. Se antes manter a identidade coreana não era uma preocupação, agora o orgulho de fazer parte de uma cultura tão apreciada, surte efeito. “O pessoal da minha idade, uns 30 anos, que ‘tá’ construindo família, educando a terceira geração, ‘tá’ tendo uma atenção com isso. A gente não enxergava a importância, mas ‘nossa a Coreia ta sendo reconhecida mundialmente’, agora tá começando a enxergar”, pontua, reconhecendo que também passou por esse processo. “Meus pais me enchiam o saco pra estudar coreano, eu não entendia porque tinha que aprender, ‘eu moro no brasil, não serve pra nada’, agora eu vejo que tenho mais oportunidades”. 

 

Ter crescido nesse contexto de intercâmbio cultural fez de Jack um funcionário ideal para o Centro Cultural Coreno no Brasil. Isso porque o maior intuito da instituição, de acordo com ele, são as relações culturais bilaterais entre os dois países. “A gente quer incentivar oportunidades para dialogar com o povo brasileiro culturalmente, não mostrar como faz, vamos pensar juntos. Tem que ter diálogo, cultura é comunicação”, ressalta. Na visão dele a Coreia conseguiu chegar tão longe porque usa todas as ferramentas possíveis para engajar o interesse de quem se aproxima mesmo de uma vertente da cultura, como o K-pop. “O que falta no Brasil é reconhecer e divulgar as narrativas da nossa cultura, o que a Coreia faz bem é isso. É um dom que eles têm, conseguir passar as informações de forma interessante e que valoriza”, diz ele sobre o diferencial que percebeu.

 

Sobre isso, ele aponta que o Brasil tem grande potencial para expansão cultural, mas que apenas o superficial é conhecido no exterior. Jack sabe disso muito bem, pois além da experiência de seis anos no CCCB, ele nunca parou de estudar. Antes da pandemia compelir o trancamento da matrícula, ele fazia uma pós graduação na área de Estudos Latino-Americanos sobre Cultura e Comunicação na USP (Universidade de São Paulo). Park aponta: “existe cada elemento cultural riquíssimo aqui que poderia ser explorado melhor, existe uma narrativa, mas pela falta de divulgação isso não é reconhecido nem pelo brasileiro”. Segundo ele uma das formas despertar esse poder é mostrar ao povo sua história com museus, galerias e centros culturais.

 

Nesse sentido ele destaca que falta uma entidade governamental. O Centro Cultural Coreano no Brasil é um dos 37 espalhados pelo mundo. Todos são financiados pelo Serviço de Cultura e Informação Coreana, uma das mais de 60 divisões do Ministério da Cultura, Esportes e Turismo. Park relata que já quis fazer parcerias com outra instituições culturais brasileiras, mas é difícil estabelecer uma relação porque não existe um departamento que centralize as informações. Mesmo achar dados sobre elementos como o folclore brasileiro é um desafio. 

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Esse gráfico do IBGE mostra que mesmo antes da extinção do Ministério da Cultura, o investimento federal em museus e outras fundações culturais eram bem menores do que a verba liberada para o cinema. É possível também perceber uma queda nas verbas desses departamentos entre 2011 e 2018. 

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Livros  da Biblioteca do CCCB

Créditos: Raquel Paiva

Mas Jack crê que culpabilizar as autoridade não é a solução e aponta que mesmo na Coreia do Sul não existia apoio estatal no começo, pelo contrário, o próprio K-pop surgiu em meio a repressão artística nos anos 90, só foi incentivado como produto de exportação quando o governo e empresas privadas perceberam como as pessoas estavam interessadas nisso. Esse raciocínio foi aplicado até para fundação do Centro Cultural no Brasil em 2013. "De acordo com a análise do governo e instituições de pesquisa, já tinha a tribo do k-pop, uma comunidade que procurava informações, a gente veio para ajudar”, explica Jack. Como o contexto dos países são muito diferentes ele diz: “não existe uma solução correta, eu aprendi que onde tem opressão a cultura floresce, a arte é uma oportunidade para se manifestar. Não devemos desanimar”.

 

Park acredita que um povo precisa reconhecer sua identidade antes de mostrá-la ao mundo. “Os próprios brasileiros precisam valorizar a história pra contar para os estrangeiros. Não só pra ser comercializado, mas porque tem muita coisa única aqui de valor”, diz. Para ele um claro exemplo do descaso popular com a cultura foi a fraca reação quando a gestão de Bolsonaro decidiu extinguir o Ministério da Cultura. “Eu fico profundamente triste. Se o povo tivesse contrariado, não só quem trabalha na área e depende disso, mas todos, não teria fechado”, declara. Mesmo sendo difícil quando o país é tão grande, ele diz que essa decisão é refletida no voto. A conclusão dele sobre o assunto é que o incentivo das autoridades é necessário, mas elas só representam o interesse do povo. "Não é fácil, mas nem sempre parte do governo, muitas vezes o que eu vejo é mais uma frustração e culpar, do que tomar responsabilidade e uma atitude.”, evidência. 

 

É por isso que Jack, e outros funcionários, ficam muito satisfeito quando percebem que o interesse pela cultura dos jovens que frequentam o CCCB aumenta a cada ano. Ele salienta: “o adolescente, nessa fase, precisa de alguns interesses em diversas áreas, precisam ser estimulados e o que a gente vê, muitas vezes, dos jovens brasileiros, é que eles não têm repertório”. Ele conta que pais de alunos procuram os professores de K-pop, que ensinam dança, para confidenciar sobre como o humor, perspectiva e comportamento dos filhos mudou depois desse contato, alguns até encontram nisso uma ferramenta para combater a depressão. 

 

Ele baseia seu trabalho nessa motivação, apresentar novas possibilidades para quem frequenta as exposições ou eventos que projeta. A variedade de conteúdo é grande, a intenção é atingir todos os gostos. Mesmo quando não existem aulas fixas sobre um determinado assunto, são realizados eventos ou cursos pontuais. “É uma cultura rica, não só coreana, a brasileira. O que o Centro Cultural faz é a curadoria pra aumentar o repertório desse pessoal. Não que a gente é grande coisa, mas as pessoas não sabem nem onde começar quando vem aqui”, ele conta entre risadas. 

Existe um processo crescente comum pelo qual esses alunos passam. Jack explica que um interesse puxa o outro. "Eles [alunos jovens] são visualmente impactados, estimulados, pelo K-pop, depois começam a aprender a língua para cantar, começam a dançar… Isso acaba atingindo outros aspectos, despertando mais prazeres na vida através da cultura”, diz. Quando o curador se refere ao K-pop como cultura, muitas pessoas torcem o nariz. O motivo é que mesmo tendo chegado ao Brasil há muitos anos, só agora sua importância está sendo reconhecida como representante da cultura coreana. “Já existia o interesse de pequenos grupos, mas para o público em geral o que atingiu foi o BTS”, esclarece. O primeiro contato em massa com o gênero foi quando o hit “Gangnam Style”, do cantor PSY, estourou, mas Jack expõem que não existia uma reação tão positiva. “Era uma fama mais pejorativa, as pessoas não tinham entendido, era ‘aí que engraçadinho’, virou meme”. 

 

O curador ainda enxerga um preconceito, principalmente da classe artística profissionais, com o K-pop. Explica que depois do sucesso massivo no exterior, veio a crítica de ser uma manifestação artística superficial, comercial ou americanizada. A comercialização da arte é uma discussão antiga e mundial, mesmo após o sucesso internacional, manter a raiz cultural ainda é uma preocupação na indústria de entretenimento sul coreana. “Existem tentativas de valorizar a tradição no meio, fazer um conceito mais elaborado. Ainda sim, querendo ou não, é um produto cultural comercial. Tem esse preconceito, mas estamos trabalhando para quebrar esse paradigma”, explica. 

 

Ainda sobre o público jovem que chega ao CCCB através do K-pop, ele destaca: “esse é nosso objetivo, fomentar interesses, apresentar um repertório. Nesse sentido acho que a gente tem uma influência em quem segue nossos trabalhos.”

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O Brasileiro que entendeu Coreanos

Felipe

Felipe Silva trabalha como segurança no CCCB desde 2014.

Créditos: Raquel Paiva

Créditos: Raquel Paiva

Jack é o funcionário administrativo mais antigo do Centro Cultural, mas existe outra pessoa que vestiu a camisa há tanto tempo quanto ele. Felipe Souza Silva, 32 anos, é segurança desde 2014 no CCCB, ao ser designado por uma empresa terceirizada, ele não esperava que sua vida fosse transformada pelo trabalho. “No começo eu gostei do estilo de trabalho que era mais fácil, mas depois veio um amor né, que foi crescendo", relembra Felipe.  Ele conta que não foi só o interesse pela cultura que aumentou, mas seus valores profissionais. “É difícil descrever, quando cheguei eu não era dedicado, o Centro Cultural foi mudando meu comportamento” explica.
 

Mas isso aconteceu aos poucos. “Eu tive sorte porque peguei um diretor que decidiu investir em mim”, conta saudoso. Os diretores vem da Coreia, cumprem um mandato de três anos e são realocados, por isso o Sr. Lee, que insistiu no segurança em 2014, não está mais no Brasil. Mas as sementes que plantou antes de deixar o país hoje floresceram. Essa é a analogia que Felipe usa para explicar o planejamento a longo prazo, fator ao qual atribui o principal motivo de sucesso do CCCB. “O trabalho, eles fazem no mesmo estilo que eles fizeram lá na Coreia. Depois da guerra eles começaram do zero, eles são um povo que começou do zero. O trabalho deles também é assim, eles fazem uma coisa hoje pra colher daqui quatro anos. Pode ter certeza que vão colher. É plantar, regar e fazer crescer”, explica.

 

Para ele a minuciosidade é que faz a diferença, mesmo pequenas questões são tratadas com importância. "Tinha tanta reunião que eu não entendia”, conta rindo. O segurança explica que o brasileiro valoriza quem entra em um negócio enfrentando riscos, mas os coreanos já neutralizam as pequenas ameaças desde o início. “Qualquer risco eles já sentam, reúnem, veem a possibilidade e consertam. São coisinhas pequenas, tipo ‘a janela tá ficando aberta’, mas nessas reuniões vão acabando os erros né”, diz satisfeito. Por isso o crescimento do Centro Cultural Coreano no Brasil foi previsto e nenhuma crise afetou a instituição durante os oito anos de sua existência, até agora.

 

A pandemia também obrigou o centro cultural a fechar as portas até a flexibilização no segundo semestre de 2020, mas as aulas e concursos continuaram online. O novo diretor chegou em março e rapidamente adaptaram as programações. A quarta edição do K-expo é um exemplo,  o evento que reúne amostras de cultura coreana, shows e competições também aconteceu online, entre os dias 23 e 25 de outubro.

 

Apesar de exposições estarem abertas a visitação, sem a presença dos alunos, sobra um tempo livre durante o expediente. Mas Felipe não gosta de ficar atoa, ele estuda coreano e inglês para melhorar seu serviço. Depois de ter cursado 4 módulos de coreano, ele tem praticado sozinho. Em 2017 colheu os frutos do trabalho duro de forma muito gratificante. Durante o evento anual de aniversário do Centro Cultural, ele deu uma palestra sobre sua trajetória em coreano. Felipe conta que nenhum dos colegas de trabalho esperavam que ele soubesse coreano tão bem e todos ficaram surpresos quando ele pediu um espaço na programação. “Quando li para o Jack ele não acreditava, chamou todo mundo do escritório para ver e todo mundo ficou animado, eu treinei bastante” conta orgulhoso. “esse vídeo é meu maior orgulho, mostro para todo mundo”, diz sobre o vídeo gravado no dia da palestra.

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Créditos: Raquel Paiva

Créditos: Raquel Paiva

A apresentação foi tão especial porque todos ali conheciam Felipe e sabiam do seu trabalho e amor pelo CCCB. Além dos professores, o segurança é quem mais tem contato com o público regular e muitos pais confiam nele. “Conheço todo mundo, tenho whatsapp dos pais de metade do centro, ‘aí Felipe minha filha não pode sair, vou pegar ela tal hora, me liga se acontecer alguma coisa, tem q tomar remédio’, é assim. Em eventos eu faço muita amizade, é muito bom.”, conta satisfeito e com saudades dos alunos. 

 

Assim como o colega Jack, ele também diz que ter contato com cultura melhora a vida dos jovens e percebe o aumento do interesse no decorrer dos anos. “Quando eu cheguei não era tão grande como agora.” diz. Mas explica que esse crescimento era planejado pelo governo sul coreano. “Se eles quiserem fazer um evento pra encher um estádio de futebol, enche, se for um salão pequeno, enche. Quantas pessoas eles quiserem por, eles põe.”, diz sobre os eventos que vem da Coreia.

 

Para ele o Brasil tem muito potencial. “O Brasil tem muita cultura, porque tem muitos povos, é uma mistura. Na Coreia é coreano e ponto.”, argumenta. Mas o que impede o país de ser tão bem sucedido em sua visão é corrupção e falta de boa administração no poder. “A crise de governo, aquela bagunça, limita tudo”, desabafa Felipe. Por isso ele está feliz com o interesse coreano em difundir cultura no Brasil e diz: “o Centro Cultural é para brasileiro, para divulgar a cultura e o melhor é ser gratuito né”.

 

Com a mentalidade que aprendeu no trabalho, Felipe planeja o futuro enquanto se esforça no presente. “Meu objetivo?”, ele diz pensativo. “Estou me tornando um dos únicos seguranças a falar coreano no Brasil, inglês tem muito, mas coreano não. Eu trabalho com políticos e artistas, quero melhorar mais ainda”, explica sorrindo. Para atingir seu objetivo ele conjuga 50 verbos em inglês por dia e redige textos sobre vários assuntos, como a importância da comunicação, em coreano. Apesar de estar feliz pelas aulas continuarem online, criando oportunidades novas,  ele não vê a hora dos alunos voltarem.

Trabalho de Conclusão de Curso de Jornalismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Produzido por Raquel Paiva e Orientado pelo Profº Drº Anderson Gurgel

As opiniões e conclusões expressas não representam a posição da Universidade Presbiteriana Mackenzie
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