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Desi
Ruído branco no fundo preto

Na terceira edição do K-Bloco, uma festa de carnaval temática de k-pop, em São Paulo, Desi mistura hits do k-pop como “Kill this love” do grupo Blackpink, com ritmos do brega-funk brasileiro, algo que com certeza só acontece no Brasil. Além de DJ a paulista de 27 anos é produtora de eventos na empresa KO Entertainment desde de 2016. Formada em Turismo, começou a trabalhar como staff em eventos de anime durante a faculdade para ganhar horas complementares e se apaixonou pela profissão. Foi além.

AQUELA TAL DE DESI NUNES

Desireê é produtora de eventos e Dj, suas duas ocupações giram em torno do K-pop

“Acho que tenho essa necessidade de fazer as coisas bem, porque é como eu gostaria de ser tratada em um evento se estivesse como público”, diz seriamente Desirêe Caroline Nunes de Lima, e logo volta ao seu modo brincalhona dizendo entre risadas: “ai que profundo foi isso né”, e passa a ser Desi, como é mais conhecida por amigos e colegas de profissão. Entusiasmada, explica que produzir um evento de k-pop é diferente. “Ainda tem muito dessa raiz de fã pra fã. Isso é muito forte pra mim”, explica.​

Hoje ela cuida da coordenação de eventos culturais promovidos pela KO, junto do amigo Lucas Jotten, fundador da empresa. “Sou o braço direito, esquerdo, perna e pé do Jotten”, brinca. Desi coordena a equipe, faz credenciamento, checa a fila, cuida dos artistas, está no pré e no pós, no camarim e na pista, é difícil vê-la parada. “Eu gosto dessa parte que se movimenta”, resume apaixonada. ​

Ela cobra de sua equipe, calma na hora de resolver problemas e empatia com o público, que é diverso e está ali para se divertir. Seja em festas como a "Down to Play" e "A-Party", baladas de k-pop; salas temáticas em eventos de cultura pop, como o "Anime Friends"; e competições, onde covers se apresentam, como o "KDT". Desi explica seu raciocínio na hora de produzir: “a gente quer que a pessoa tenha o sentimento que a gente tem, pode tá caindo o mundo, dando tudo errado, mas a gente dá um jeito de resolver”.

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1: Press Day com a rapper coreana Nada, organizada pela equipe de imprensa da K.Ö Entertainment, Laura Torelli (tradutora), Desirêe, Bianca Pardini (fotógrafa) e Lucas Jotten (diretor da KO)

Créditos: Desirêe Nunes/Arquivo pessoal

Créditos: Desirêe Nunes/Arquivo pessoal

Vídeo: Raquel Paiva

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1: Press Day com a rapper coreana Nada, organizada pela equipe de imprensa da K.Ö Entertainment, Laura Torelli (tradutora), Desirêe, Bianca Pardini (fotógrafa) e Lucas Jotten (diretor da KO)

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Equipe da K.O. Entertainment  coordenada por Desi em 2016, para um encontro de fãs de K-pop em Guarulhos. Um dos objetivos da K.O. é democratizar o aceso a cultura. E Desi, assim como os outros Staffs se empenham para decentralizar esses eventos.

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Vídeo, fila em São Paulo para fanmeeting do grupo MVP, em março de 2018. Desi foi uma das coordenadoras da equipe do evento.

Apesar de Desirêe dizer: “eu gosto de cuidar de gente, não sei lidar com máquina”, ela domina algumas muito bem e começou a ser DJ há quatro anos. Depois de ser convidada para tocar em algumas festas o interesse aumentou. “O próprio pessoal da festa me ensinou a mexer nas coisas e aí na brincadeira eu comecei a gostar e fui estudar né, não é só apertar o play”, explica.​

Mas apesar de divertido, não é fácil se sustentar com as profissões, mesmo tendo duas. “Não tem mercado que dê pra viver disso ainda”, constata, um pouco desanimada, sobre os dois ramos que segue. Antes ela trabalhava paralelamente na área financeira, mas decidiu arriscar tudo para seguir seus sonhos e agora se dedica só à festas e produção de eventos. Para conseguir uma boa renda é preciso fazer muitas performances por mês, como ela explica: “As festas estão me bancando mais. É apertadinho, mas a gente corre atrás”. Por causa da pandemia de COVID-19 os eventos estão todos canceladas ou adiados. Para se sustentar Desi está recorrendo as economias que juntou para viajar à Coreia do Sul. Triste, mas esperançosa, ela diz: “vou precisar ter um pouquinho mais de paciência”.

Vídeo: Raquel Paiva

Em março de 2020, antes da pandemia, Desirêe mixou hits do k-pop com rítimos brasileiros na terceira edição do K-Bloco em São Paulo

Debut de Fã

Quando tudo começou

Sombra do Lightstick do grupo Wanna One. Um dos grupos preferidos de Desi.

Arte: Raquel Paiva

"Debut" é "estrear", em inglês. No K-pop é quando um artista é lançado comercialmente pela primeira vez e se apresenta à imprensa e aos fãs.

De acordo com Desi, um dos maiores desafios de ser DJ é a falta de incentivo cultural no país. Ela esclarece que existem poucos meios de aprender e o jeito é ser autodidata. Além disso, não é uma profissão levada a sério e não existe o apoio de uma grande empresa para gerir a carreira. “É muito difícil, é autônomo mesmo, você tem que fazer seu ‘trampo’, correr atrás e se divulgar o tempo todo”, ela pontua sobre as diligências necessárias. Um dos sonhos de Desi é tocar em festas na Coreia do Sul. Para isso pretende estudar cada vez mais e melhorar em ambas profissões.

Para a produtora reconhecer a importância do investimento na educação é algo que o Brasil poderia aprender com a Coreia, principalmente no âmbito cultural. Desi ressalta que no Brasil não há investimento na indústria cultural, muito menos na formação de profissionais da área. “Você não vê alguém indo estudar business e eventos fora. É um em um em um milhão indo pelo curso de humanas. Pelo contrário, as bolsas estão sendo cortadas”​, diz indignada.

Mesmo querendo ser uma DJ bem sucedida, a ponto de tocar fora do país, ela diz tímida: “não sei se tenho vontade de ser celebridade, eu não sei ser famosa". Ela conta que às vezes recebe atenção de meninas mais novas em eventos e não sabe como reagir. Muitas delas

perguntam como trabalhar com eventos de k-pop, e o conselho dela é:

“estudar, não desistir, entender que não é um mercado fácil. Para viver

de eventos tem que estudar muito e insistir”. Ela ainda aponta

que é imprescindível observar a cultura como um todo, não

só a indústria da música. “Sem preconceito, olhar para o que

o outro lado do mundo está fazendo”, sugere Desirêe.​

O primeiro contato de Desi com o pop coreano foi em uma máquina de fliperama, o "Pump it up". Antes do K-pop se difundir no Brasil e Fandoms se estabelecerem, o ritmo já tocava nos simuladores de danças espalhados por shoppings e fliperama do país. "Foi a primeira vez que eu ouvi uma música que eu achava que era japonês e depois descobri que era coreano", ela confessa achando graça. Uma confusão normal para quem não está familiarizado com a distinção de idiomas asiáticos, mas que mais tarde se torna uma habilidade natural para fãs e é motivo de piada interna.​

Curiosa, ela foi procurar saber sobre a música que tocava no jogo e brinca: "foi só ladeira abaixo". Se antes de 2010 era raro trombar em um K-popper por aí, hoje quase todo mundo que está na internet sabe o que é. "Se você é do pop e não sabe o que é K-pop você vive em uma caverna", enfatiza a fã.​

Para ela essa descoberta de um novo mundo aconteceu em 2006, ano em que as empresas de K-pop começaram a investir mais em promoções internacionais.

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A máquina modelo"pump it up: fiesta, 2010" é rara no Brasil com suas configurações originais.

Créditos: Urgeliale/Gratispng

Trechos da versão "Prime: 2015 / Músicas: T-ARA: Sugar Free; Apink: NoNoNo; AOA: Elvis; Block B: Her; CNCLUB: I'm Sorry.

Créditos: JUNTROLL/ Divulgação

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O Simulador de dança "Pump it up" é um jogo sul-coreano lançado em 1999 pela empresa Andamiro e fez muito sucesso na América Latina na década de 2000. A terceira versão do jogo "The 3rd O.B.G. - Oldies But Goodies" foi a primeira a chegar em solo brasileiro em 2000, distribuída pela DiverBras. Nessa versão o jogo trouxe consigo clássicos do k-pop dos anos 90. As primeiras versões só tocavam pop coreano e remixes originais criados pela produtora. Apenas em sua sétima versão, seis músicas internacionais entraram no catálogo.

Hoje é considerado um eSport (eletronic sport). Tem 26 versões e competições oficiais internacionais, o "World Pump Festival". O Brasil já foi punido nas competições devido a pirataria dos jogos no país. Apesar de ter perdido popularidade, as máquinas deixaram um legado. No Brasil, o k-pop foi difundido para uma geração que nunca entrou em um fliperama.

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Fã de Carteirinha

Desi é uma K-popper Multifandom. Assim como a maioria dos fãs brasileiros, diferente dos fãs coreanos, que geralmente escolhem apenas um grupo para stanear.

Confira a carteirinha de fã de todos os entrevistados clicando aqui.

Desi Nunes

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Grupo preferidos

BIG BANG, Wanna One e 2NE1

Ultimate

T.O.P. (Big Bang) "Mas a gente divide o coração para um novinho, que é o Ong Seong-wu do Wanna One"

Stan desde de 

2006

Música da vida

Energetic do Wanna One

Desi Nunes

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Trabalho de Conclusão de Curso de Jornalismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Produzido por Raquel Paiva e Orientado pelo Profº Drº Anderson Gurgel

As opiniões e conclusões expressas não representam a posição da Universidade Presbiteriana Mackenzie
©2020 Brasil Feat. Korea. Todos os Direitos Reservados. Projeto acadêmico sem fins lucrativos.

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